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terça-feira, 15 de março de 2011

A mediocridade nossa de cada dia

Do blog entre o girassol e o espelho; Daniela no Pais de Van gogh
Segundo o dicionário Houaiss, medíocre é aquele que está na média, sem ser bom nem mau. Ordinário, trivial, vulgar. Relendo está definição eu tive medo. Confesso: Pavor do que posso me tornar. Sempre preferi os extremos, pois não ser boa nem má é muito pequeno para contentar minha existência tão inquieta. Estar no comum é tirar o ar que me fornece vida. É me entregar a covardia de não ser eu, por convenções ou limitações sociais. É não enxergar um palmo a minha frente e acreditar que a vista está ótima. Eita! Cegueira do Saramago...

Meu sangue corre lentamente. Porque para dizer não ao comodismo do comum é preciso desacelerar o coração e estar ciente que a riqueza da existência está na fatalidade: como se o coração parasse de bombar o sangue paliativamente e a vida passasse num filme em preto e branco. E isto me leva a duas ações confortáveis: morrer e (re) nascer. Ou seja, agora nas minhas mãos tenho a possibilidade de deslocar as perspectivas – mudar valores/paradigmas e aceitar minha condição de finita.

Todo homem medíocre prende-se a detalhes. Contudo compreendo o motivo: Quando não se enxerga direito é mais fácil procurar “erros menores” dos outros para apontar e com isso se sentir grandioso/inteligente. Todo homem medíocre também gosta de humilhar seu semelhante e se sentir superior. Pois a sua maior consolação é o fato dos homens não medianos estarem à margem social.

Todas as pessoas medíocres que eu conheço estão bem financeiramente, enquanto a maioria das pessoas brilhantes que admiro passam por dificuldades financeiras, salvas exceções. Todos os Homens que admiro são humildes e passiveis de erros( admitindo esta ação humana: errar). Hoje penso que buscar o perfeccionismo é coisa de medianos. Mediocridade faz bem ao sistema capitalista: o qual visa pessoas só para lucrar e sem capacidade de reflexão. Viva os livros de auto-ajuda e os patéticos treinamentos empresariais! Viva os leitores da mídia tradicional que não têm capacidade de análise e vomitam tudo o que leem, sem buscar verdades. - mas como todo medíocre ele argumenta que entende das coisas, é pedante, arrogante e sempre tem razão, afinal ele lê jornais e revistas. #nojo Nietzsche é fundamental nessas horas. Preciso reler Zaratustra para compreender como me libertar do nojo.

Meu coração corre impetuosamente a busca da liberdade de ser as quatro estações sem tempo; assim poderia beber vinho no inverno a qualquer momento, pois “ In vino veritas” e em desacordo com o mundo ele revela muita verdade. E esta sinceridade me faz perceber que quanto mais boa impressão causamos nos outros, mais inimigos colecionamos. Uma relação inversamente proporcional. Para ter sucesso social é indispensável ser medíocre. #fato #ficaadica

Ás vezes meu coração também é leviano e medíocre. Todavia não aceito mais esta condição de me tornar agradável e sociável aos olhos de outrem para me incluir na sociedade. Se cair no abismo é o preço da libertação; atiro-me agora e sem olhar para trás. Todo esse meu comportamento fatal (suicida-libertário ) vem do maldito idealismo. Porém é ele que me salva e me tira da vulgaridade da existência. A realidade é que toda minha utopia não realizou nada de prático e bom para minha vida no sentido capitalista. Agora, como Daniela – humana, ridícula, limitada- parafraseando Raul; ele me trouxe a explicação de mim mesma, como todos meus (des)acertos e também me ofereceu a razão e uma grande capacidade de amar. Caminho, no momento, para vencer a mediocridade nossa de cada dia...#coragem

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