Informaçao, Opinioes e Entretenimento

Divulgar noticias e artigos interessantes, trocar opiniões dentro de um elevado nível de descontração, respeito e amizade.

sábado, 15 de outubro de 2011

Governo argentino quer mais Marx e menos neoliberalismo em faculdades de economia

O ministro da Economia da Argentina, Amado Boudou, e seu vice, Roberto Feletti, defendem que as faculdades federais de economia do país modifiquem a atual grade escolar para dar "mais espaço" para as teorias do alemão Karl Marx, do inglês John Keynes e do argentino Raul Prebisch (fundador da Cepal), segundo confirmou à BBC Brasil o subsecretário de Coordenação Econômica do Ministério da Economia, Alejandro Robba.

"As faculdades argentinas hoje apresentam grades mais ortodoxas e nós apoiamos que elas sejam mais heterodoxas", disse.
Notícias relacionadas
Marx estava certo... sobre o capitalismo, segundo filósofo
Vinte anos depois, ex-repúblicas soviéticas se blindam contra o comunismo
'O Capital' de Karl Marx será tema de musical na China
Tópicos relacionados
Economia, Argentina
"Além de Karl Marx, de Keynes e de Prebisch, o ministro apoia a maior presença de textos do professor (brasileiro) Franklin Serrano e do (polaco Michal) Kalecki, entre outros", disse.
Neoliberalismo
O Ministério da Economia quer reduzir a presença de textos de economistas identificados com a década de 90 e associados, como afirmam, ao "neoliberalismo".
O ministro tem dito que "os planos de estudos de Ciências Econômicas fazem parte de um domínio neoliberal e é preciso modificá-los".
De acordo com o jornal de economia El Cronista, de Buenos Aires, com uma grade "heterodoxa", as autoridades esperam que as faculdades estejam em sintonia com o "modelo de acumulação com inclusão social", lançado pelo ex-presidente Nestor Kirchner (2003-2007), antecessor de sua viúva, a atual presidente.
O jornal afirma que economistas identificados com os anos 90, como os americanos Milton Friedman e Paul Samuelson, ou afinados com as receitas do FMI (Fundo Monetário Internacional) seriam "eliminados" da grade escolar, como teria indicado o ministro numa recente palestra na Universidade de La Plata, na província de Buenos Aires.
Marx e Keynes
Alejandro Robba disse que hoje Marx e Keynes são "autores marginais" na grade escolar "e isso não está certo".
Para ele, é preciso "dar maior espaço" para estes economistas que, na sua opinião, estão associados a "economia de desenvolvimento, consumo interno e maior papel do estado na condução da economia do país".
Na sua visão, menos teóricos ligados ao mercado financeiro, por exemplo, e mais vinculados a "economia interna".
Segundo Robba, a ideia de modificar a grade escolar foi apresentada inicialmente por um grupo autodenominado La Gran Makro, que reúne economistas e estudantes de economia que apoiam o perfil econômico do governo da presidente Cristina Kirchner.
"Eles defendem o maior espaço para as ideias heterodoxas nas faculdades de economia e o ministro Boudou e o vice Feletti apoiam a iniciativa", disse.
Boudou é o candidato a vice na chapa eleitoral da presidente Cristina, que disputa a reeleição no pleito do dia 23 de outubro próximo.

Da BBC Brasil

Nenhum comentário:

Postar um comentário